MARIANA

Pela primeira vez, e a título excepcional, publico uma série de imagens de outro autor.

"Era sempre por Janeiro que os antigos celebravam a volta da lua,
À espera da renovação da natureza fértil.
Na curva aconchegada do ventre, retinhas a vida inteira,
toda a terra, todo o ar, todo o fogo, toda a água,
até ao primeiro grito redentor, limpo e único de quem nasce!

Leva-nos a todos, no código de nós todos,
num leve embalo de um minúsculo músculo de ser gente.
Deixa-nos na margem do rio percorrido, de pés nus e cansados,
mas confortados em cada teu novo sorriso de descoberta.

Do mar que tens no nome,
adivinhamos-te a fímbria das ondas calmas
o ímpeto de redobradas marés
a brisa que nos levará do cais.
Das tuas mãos tão abertas e já firmes
Cresce-nos uma doce esperança
onde cabe um mundo que sonhamos livre.
E, assim - frágil Mariana -
em cada gesto teu, tudo se renova !..."

Pedro, 5 de Janeiro de 2011